quarta-feira, 3 de julho de 2013

A voz do amor

Quando se conheceram, Jean era um metaleiro de cabelo cumprido, alto, que desconhecia ou fingia desconhecer a palavra e sentido que Deus tem na vida de alguém, até porque ele não tinha obrigação nenhuma.

Já Camila sempre foi religiosa, Deus sempre foi seu principal e maior auxílio. E obviamente, ela temeu, a primeira coisa que pensou foi como seus pais reagiriam por ela, tão nova, querer alguém completamente diferente à ela. Eles não combinavam, mas quando ela o viu algo forte soou: “Os opostos se atraem garota, vá em frente”.

E ela foi, escutou seu coração e se entregou. Não digo que ela tenha se entregado de corpo, mas de alma... ah... a alma dela era completamente dele, pena que ele não tinha certeza disso e a abandonou.

Camila se perdeu em meio as trevas. Viveu quatro meses de escuridão, bebidas, homens e rebeldia. Ela estava de pá virada com a vida, afinal ela se sentia sem valor.

Demorou um tempo pra ela perceber que a falta de paz e valor não era por culpa de Jean, era culpa de si mesmo. O valor, paz, luz, positividade, entre tantos sentimentos bons, mora dentro de nós. Só depende de nós. E quando ela descobriu isso se tornou a “garota independência”. Nada abalava essa garota.

[...]

Quatro anos se passaram, e o Jean voltou. Voltou junto com seu cabelo, agora um pouco menor, com sua altura que o deixava todo “pomposo”, mas agora veio com algo à mais, agora meu amigo, ele trazia junto uma filha, um passado, uma história e algumas dores.

E a senhorita independência caiu. Ela viu que não era tão independente assim, viu que precisava de carinho, muito mais além, viu que precisava de Jean. Sentiu que o amava, mesmo depois de todos esses anos frios e vazios de sua vida. Se abriu para amá-lo, afinal passado todo mundo tem e o que passou não se resume e baseia em seu presente. Decidiu que o amor deveria falar mais alto. E se por um acaso você se aquietar e fechar os olhos por um minuto, irá escutar o amor de Camila gritando.